Em um ano em que as perspectivas de crescimento da economia são, praticamente, nulas, olhar para um setor que deve alcançar 43 bilhões de receita, com um avanço de 20% sobre o ano anterior, é quase bom demais para ser verdade.
FONTE: https://endeavor.org.br/loja-fisica-e-commerce-sucesso/
Em um ano em que as perspectivas de crescimento da economia são, praticamente, nulas, olhar para um setor que deve alcançar 43 bilhões de receita, com um avanço de 20% sobre o ano anterior, é quase bom demais para ser verdade.
Mas não é. Esses são os números previstos para o e-commerce no Brasil em 2015. No ano passado, mais de 10 milhões de brasileiros fizeram sua primeira compra pela internet. E muitos outros ainda estão por vir. Apenas um quarto da população brasileira faz compras online atualmente, o que significa que o comércio eletrônico ainda tem muito para crescer no país.
Apesar de tantos números impressionantes, apenas uma pequena parcela dos quase 18 milhões de empresas ativas no Brasil vende seus produtos e serviços na internet. E muitos dos que se aventuram no mundo digital acabam desistindo no meio do caminho.
SIM, O UNIVERSO DO E-COMMERCE É VASTO E CHEIO DE OPORTUNIDADES, MAS DEVE SER NAVEGADO COM CAUTELA.
Veja o caso do Alcyr Neto, dono do Empório do Lazer, loja de produtos para a diversão em família. Com mais de dez anos de experiência no varejo físico, ele criou sua loja online em 2009, mas até hoje não obteve lucro.
Quem banca o negócio online é a “operação” física.
Os problemas que Neto enfrenta – que estão sendo apresentados no reality show online Impulso Digital, do qual participei como especialista – são comuns para quem faz a transição do mundo físico para o virtual: falta de conhecimento de como atrair o público certo para o seu site, pouco domínio dos canais de divulgação e falta de visão dos resultados (métricas) para tomar decisões melhores, entre outros.
Como todo empreendedor, Neto quer crescer e explorar o potencial da internet para atender todo o Brasil, mas não sabe por onde começar.
Não há receita pronta para se ter uma loja online de sucesso, mesmo quando se tem um varejo físico lucrativo. Mas há, sim, alguns passos que podem ajudar nessa jornada. Essas são algumas das dicas que compartilhei com o Neto durante nosso papo (confira aqui a versão na íntegra):
Conheça a fundo seus clientes.
Entender bem quais são os desejos do seu cliente é uma lição de casa que todo varejista deve fazer, o tempo todo. Mas ela se torna ainda mais importante na hora de atrair compradores para o seu e-commerce.
Toda compra começa com uma necessidade. E ganha o jogo da venda na internet quem entende bem qual é ela. Se você quer vender bem, precisa saber qual é o perfil dos seus clientes e o que os motiva a comprar de você.
Descubra as personas – os tipos de consumidores que compram na sua loja virtual e se interessam por seu produto. Depois, parta para o mapeamento da jornada do consumidor.
Qual é o momento em que surge a necessidade ou o desejo de comprar determinado produto? Em que local o seu cliente está? Quais são as dúvidas que passam pela cabeça dele antes de comprar esse produto? Que tipo de pesquisa faz para chegar até ele?
É FUNDAMENTAL TRAÇAR TODA A TRAJETÓRIA QUE LEVA O CLIENTE ATÉ O BOTÃO COMPRAR.
Conteúdo é a alma do negócio.
Depois de entender quais são as necessidades e os desejos dos seus potenciais clientes, é hora de se comunicar com eles. E na internet isso significa produzir conteúdo de qualidade que responda às dúvidas deles.
Seja nas páginas de produtos, em um blog, em vídeos ou redes sociais, você precisa compartilhar informações que ajudem o consumidor.
Seu potencial cliente quer comprar uma lareira a gás? Ele provavelmente vai pesquisar antes quais os tipos de lareira disponíveis no mercado, qual o consumo de gás do equipamento, se ele é seguro para usar dentro de casa ou não.
Respondendo a essas questões, você pode ser encontrado durante o processo de pesquisa do cliente e sair na frente da concorrência. Se tiver um vídeo detalhando o funcionamento da lareira, melhor ainda!
Abrace o omni-channel
Muitos empreendedores que entram no mundo virtual acreditam que se trata de um universo completamente diferente, que deve ser mantido separadamente da loja física.
O Neto, por exemplo, ficava incomodado toda vez que um cliente desistia de fechar o pedido no site e ligava para finalizar a compra na loja física.
Acontece que, indo até a loja, muitos clientes acabavam comprando mais produtos que comprariam pelo site, garantindo um ticket médio maior.
Ser omini-channel, ou seja, oferecer ao cliente a possibilidade de comprar como quiser, onde quiser, da forma como quiser, é o que muitos dos grandes varejos online buscam hoje.
NÃO É O EMPREENDEDOR QUEM DECIDE A JORNADA DO CLIENTE, É ELE MESMO.
Quem já tem uma loja física e está entrando no e-commerce conta com a grande vantagem de já nascer omni-channel. Portanto, é preciso abraçá-la e aproveitar cada oportunidade de vender, seja pelo telefone, pelo site, por e-mail, pela rede social, na loja física, enfim, como o cliente quiser comprar. O que importa é vender.
Seguindo esses passos, o caminho para fazer a transição do mundo físico para o virtual se torna menos tortuoso. É claro que os desafios virão. Mas para quem persistir, a recompensa é promissora.